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Por Arthur Neves e Letícia Costa

Mulheres na Política do Paraná

A luta pela representatividade feminina na Política.

Galeria de fotos na Assembléia das 18 mulheres que já passaram pelo poder Legislativo Estadual (Crédito:Letícia Costa)

Apesar de o mais alto cargo da República ser até bem pouco tempo ocupado por uma mulher, conforme dados da Procuradoria Especial da Mulher no Senado, o Brasil ocupa a 158ª posição no ranking mundial de participação feminina no parlamento, dentre 188 países pesquisados.

No Paraná, dos 54 deputados que atuam na Assembleia Legislativa apenas quatro são mulheres. A representação do Estado no Senado é um pouco melhor, já que dentre os três senadores, uma é mulher. 

Após muitos anos de luta, hoje as mulheres conquistaram vários direitos que no passado não tinham. O primeiro voto feminino foi registrado 83 anos atrás, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Já no ano de 2010 as mulheres somaram a maioria dos votos gerais sendo 51,82% entre os eleitores. 

O movimento feminista, que defende a igualdade entre os gêneros, luta pela liberdade dos padrões de opressão impostos durante tantos anos às mulheres, e tem ganhado força nos últimos anos. Contudo, ainda esta em construção e divide opiniões mesmo entre as mulheres. 

Não há como negar que ainda existe falta de representatividade feminina dentro da política, a questão é: será que a forma com que muitas feministas tem se posicionado é a maneira ideal para alcançar a igualdade? Aliás, os homens e mulheres devem realmente ser tratados da mesma forma? 

Ao questionarmos esses pontos para as deputadas que atuam na Assembleia Legislativa do Paraná, três das quatro entrevistadas afirmaram que as mulheres são diferentes dos homens e, por isso, não devem ser tratadas iguais a eles, na medida em que tem características diferentes, como, por exemplo, o fato de gestar e amamentar um bebê.

Outro ponto levantado pelas deputadas foi a respeito da maior dificuldade na aquisição de verbas para campanha política em relação às dificuldades enfrentadas pelos homens. Das quatro deputadas entrevistadas, três disseram que é mais difícil que as mulheres consigam verba para a campanha. 

Porém, também é deve-se mencionar a falta de interesse de algumas mulheres com o universo da política. "A falta do envolvimento feminino na politica acaba sendo o motivo do número muito baixo de mulheres", diz a deputada Claudia Pereira.

Pela baixa representatividade feminina na política, o sistema de cotas no Brasil foi instituído em 1995, com o projeto de lei apresentado pela deputada Marta Suplicy, na época integrante da bancada do Partido dos Trabalhadores (PT). A proposta exigia que, no mínimo, 30% das vagas para candidatos deveriam ser preenchidos por mulheres.

Apesar das cotas dividirem opiniões, somente  agora é que as mulheres vêm aparecendo politicamente e, ainda assim, timidamente. Os defensores alegam a questão histórica enquanto os contrários às cotas dizem que se o político deve ser eleito pela maioria dos votos, independe se é mulher ou homem, negro ou branco, rico ou pobre.

A deputada Claudia Pereira afirma que, apesar de as mulheres que estão no exercício do poder obviamente precisarem representar o eleitorado feminino, precisam também representar outros eleitorados com interesses diversificados. Na sua opinião, esse é o ponto com o qual a mulher na política deve saber lidar, envolvendo os homens em seus projetos - até porque atualmente eles são maioria.

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