Campanha busca constância nas doações de sangue
Coleta de sangue em hemobanco (Créditos: Divulgação do Instituto Paranaense de Hemoterapia e Hematologia)
Um dos maiores bancos de sangue de Curitiba, o Instituto Paranaense de Hemoterapia e Hematologia, tem voltado seu foco para uma nova campanha que visa fidelizar e retribuir de uma forma simbólica seus doadores. A campanha da Árvore da Vida tem como objetivo de sensibilizar as pessoas para que não deixem de doar sangue e que retornem, para continuar colaborando.
A Árvore da Vida é uma maneira de destacar o nome do doador e valorizá-lo. Os nomes dos doadores são inseridos em folhas de metal dourado fixadas nas pontas de galhos. Tudo isso numa imagem representativa da árvore,
estrategicamente localizada na entrada do hemobanco. Assim, é dada visibilidade para aqueles que doam regularmente, que serve como incentivo aos doadores ocasionais.
Para ter o nome inserido na Árvore da Vida é necessário ter idade entre 16 e 60 anos, ter realizado pelo menos 15 doações (homens) ou 12 doações (mulheres), no período de cinco anos. Doadores na faixa etária entre 61 a 69 anos também podem participar da campanha com cinco doações nos últimos cinco anos.
Árvore da Vida na entrada do hemobanco (Crédito: Priscila Michele)
A bioquímica do Controle de Qualidade do hemobanco, Karla Fávero, ressalta a importância desta campanha para fidelizar os doadores: “é importante sempre termos doadores ajudando, mas mantê-los é um dos principais objetivos. Pois, o doador conhece todo o processo, é uma pessoa conhecida pela equipe, e sempre estará disposto ajudar quando precisarmos”.
Um hemocentro de qualidade
Criado em 1972, pelo médico hemoterapeuta Renato Merolli, o Instituto Paranaense de Hemoterapia e Hematologia, atende atualmente 1.600 doadores por mês, sendo uma média de 70 por dia. A faixa etária é de 25 a 45 anos e somente no sábado são cerca de 100 doadores.
O hemobanco passou por diversas melhorias até chegar a estrutura atual. Atendendo a mais de 30 hospitais em Curitiba e Região Metropolitana, incluindo centros cirúrgicos e maternidades. Possui estoques em diversos hospitais da região, mantidos com a ajuda de doadores de Curitiba e Região Metropolitana
Para quem quer doar ocorre todo um processo: primeiro um cadastro do doador, ressaltando que a instituição oferece formas de agendamento para evitar esperas. Logo em seguida, a triagem clínica, que realiza as primeiras coletas de informações sobre o doador. Cumpridas essas duas etapas, chega-se à sala de coleta.
Após o procedimento de retirada de sangue, há uma sala para hidratação, onde o doador se recompõe preferencialmente com líquidos. Por fim, a sala de recuperação, caso a pessoa não se sinta bem e precise se recuperar descansando em uma das macas para repouso.
O proibido que nunca existiu
Segundo a portaria 2.712, de 12 de novembro de 2013, do Ministério da Saúde, artigo 64, homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes estão temporariamente inaptos (por 12 meses) a doar sangue. Ou seja, embora interpretado por alguns como restrição, os homossexuais também podem doar sangue.
Nenhuma pessoa é proibida de doar. Todo doador passa por um questionário clínico que demonstra se ele está apto ou não. Mas, primeiramente, o indivíduo deve se declarar sadio para doar. Portanto, ser honesto nas respostas é essencial neste processo.
O hemobanco diz não discriminar quem é ou não homossexual. É perguntado apenas se houve relação com um outro parceiro de mesmo sexo no período de 12 meses, conforme está na lei. Se não houve, a pessoa pode doar. Contudo, qualquer doador é examinado por um profissional qualificado antes da doação de sangue.
A instituição possui dentro das etapas de doação o processo de voto de auto-exclusão, que permite ao doador, confidencialmente, avaliar se realmente seu sangue pode ser utilizado. Em casos de dúvidas, o doador deve responder que o seu sangue não pode ser utilizado para transfusão, evitando assim expô-lo às perguntas de funcionários ou acompanhantes.