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Por Janio Bernardino

Primeiros passos da educação

Educação infantil carece de ampliação de vagas e infraestrutura

No Brasil, ainda que não obrigatória, a educação infantil é um direito público. (Crédito: Pixabay)

A educação infantil é a primeira etapa da trajetória educacional do indivíduo como cidadão. Ela antecede a educação básica e tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade conforme descrito no artigo 29 da lei nº 9.394/96, que regulamenta as diretrizes e bases da educação nacional.

Apesar do empenho por parte dos professores educadores, existe muito ainda a ser melhorado. A falta de vagas e a ampliação da estrutura são os principais desafios a serem vencidos. “A educação infantil ainda é um bebê”, pontua Eliane Weber, que trabalha em uma das unidades Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI).

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) define que a Educação Infantil deve ser oferecida em creches ou em entidades equivalentes, para crianças de zero a três anos de idade e, em pré-escola, para crianças de quatro a seis anos. Ainda que não obrigatória, a educação infantil é um direito público, cabendo ao município à expansão da oferta, com o apoio das esferas federal e estadual.

De acordo com dados estatísticos levantados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), em 2015, foi realizado no Paraná, 416.440 matrículas na educação infantil entre creches e pré-escola. Somente em Curitiba foram 24.055 na rede municipal e 15.279 matrículas em instituições privadas.

A literatura infantil é uma das ferramentas utilizadas para o aprendizado. (Crédito: Janio Bernardino)

Segundo o próprio INEP, a educação infantil brasileira está em expansão. Os dados revelam, por exemplo, que a maioria dos municípios brasileiros possui algum tipo de oferta de educação infantil. Entre os 5.507 municípios, cerca de 99% têm pelo menos um estabelecimento que atende a crianças em creches ou na pré-escola. Ainda segundo o levantamento, existem 92.526 estabelecimentos de educação infantil no país que atendem crianças entre zero e seis anos de idade, sendo que 67% pertencem às redes de educação municipais.

Apesar dos números serem elevados, existe uma demanda que não é atendida, sejam pela falta de vagas ou pela infraestrutura oferecida, muitos pais deixam os filhos com parentes ou cuidadores, enquanto aguardam na fila de espera.

Eliane Weber conta que na unidade são atendidas 209 crianças divididas entre os períodos da manhã, tarde e integral. Ela destaca que a procura por vagas é bem maior do que a oferta existente hoje na unidade. A educadora também ressalta a importância da inserção destas crianças em um ambiente de aprendizagem para o seu desenvolvimento educacional.

Atividades lúdicas estimulam desenvolvimento

Hoje sabe-se que o estímulo precoce para as crianças contribui para o seu desenvolvimento futuro. O contato das crianças com os educadores transforma-se em relações de aprendizado, desenvolvendo suas capacidades motoras, afetivas e de relações sociais.

Neste processo de construção do conhecimento, as crianças fazem uso das mais diferentes linguagens e exercem a capacidade de criar ideias e hipóteses originais sobre aquilo que buscam desvendar. Nessa perspectiva, as crianças constroem o conhecimento a partir das interações que estabelecem com as outras pessoas e com o meio em que vivem. O conhecimento não se constitui em cópia da realidade, sendo fruto de um intenso trabalho de criação, significação e ressignificação.

A psicopedagoga Daniele Salles explica que o papel do professor educador e do pedagogo é fundamental nesta etapa de construção do conhecimento das crianças. Daniele explica que o desenvolvimento cognitivo das crianças ocorre por meio de atividades lúdicas, que estimulam o seu desenvolvimento e são praticadas diariamente. O uso de desenhos e as rodas de contação de histórias são exemplos que proporcionam o desenvolvimento do hábito de leitura.

Um dos processos educacionais mantidos hoje pelos CMEIs é a Sacola Literária. Uma vez por semana, a criança leva a sacola para casa com três livros, giz de cera, lápis, borracha e um caderno de anotações, e os pais ficam encarregados da leitura dos livros e do registro no caderno de como foi a experiência desta atividade.

Sacola que pode ser levada para casa com livros como forma de incentivo à leitura. (Crédito: Janio Bernardino)

Além da sacola literária, existe a mascote, cujo nome foi escolhido pelas próprias crianças em sala. Com a mesma metodologia da sacola literária, os pais devem fazer anotações neste caderno sobre como foi o final de semana do filho com a mascote da turma. No retorno para a sala de aula é feita uma roda de conversa com as crianças para que elas mesmas contem como foi.

Eliane fala sobre a importância dos pais, principalmente os novatos, fazer uma observação quanto à instituição onde irão matricular os seus filhos. A metodologia aplicada, as condições de higiene e limpeza, e os cuidado dos professores e educadores com as crianças são fatores que devem ser levados em consideração no momento da escolha.

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