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Por Janio Bernardino

Tribos Urbanas: a cultura hippie

Em Curitiba existem diversos grupos ligados a esta cultura.

O novo movimento hippie é facilmente encontrado na rua XV em Curitiba (Crédito: Janio Bernardino)

O movimento hippie surge nos Estados Unidos na década de 1960, mais precisamente na cidade de São Francisco. Jovens de diferentes níveis sociais, mas em sua maioria de classe média, passam a rejeitar a sociedade de consumo norte-americana da época e buscam refugio em comunidades rurais ou em bairros separados onde os "costumes" capitalistas e patriarcais eram deixados de lado.

Os hippies pregavam o pacifismo e criticavam a intervenção militar, principalmente durante a guerra do Vietnã. Com o uso de trajes que chocaram a sociedade americana, aliado aos cabelos e barbas compridos, estes jovens buscavam a expansão da consciência pelas drogas, a luta pela paz, a liberdade sexual, o amor livre e a valorização da natureza.

O uso de determinadas drogas, como o LSD e a maconha, era comum entre eles. Alguns acreditavam que o uso da maconha possuía um caráter espiritual, principalmente por ser proveniente da natureza. Já o LSD era mais conhecido por ser uma droga recreativa, usada para expandir a consciência.

Segundo Timothy Leary (1920-1996), pioneiro e defensor do uso do ácido psicodélico e muito admirado pelos hippies, a experiência psicodélica era uma viagem ao novo domínio da consciência. Para Leary, o alcance e conteúdo da experiência são ilimitados, mas as suas características são a transcendência de dimensões do espaço-tempo e do ego ou identidade.

No auge do movimento, caracterizado também pela música que imortalizou nomes como Jimi Hendrix, Janis Joplin, Carlos Santana, Joe Cocker, The Who, entre outros, um dos maiores festivais de música da história, o Woodstock é consagrado como o ápice da era contracultural. Aproximadamente 400 mil jovens se reuniram durante três dias regados a sexo, drogas e rock and roll.

O festival de Woodstock ficou marcado ainda pelas imagens registradas em vídeo tanto dos shows quanto do público e por acontecimentos fatídicos também, como a morte de três pessoas, vitimadas por atropelamento, rompimento do apêndice e overdose de heroína.

Já no inicio dos anos de 1970, o estilo hippie torna-se parte da cultura da sociedade contemporânea. A liberdade sexual, a não discriminação das minorias, o ambientalismo e o misticismo atual são considerados produto da contestação hippie.

No Brasil, o movimento também ganha adeptos entre os anos de 1960 e 1970. Surgem bandas e artistas como Mutantes e Raul Seixas com milhares de fãs até hoje. Na cena musical contemporânea, destaca-se o cantor Ventania, marcante referência de São Tomé das Letras, Minas Gerais. Ventania tem em seu repertório inúmeras obras que falam desde o livre pensar ao desapego material, cultuando a natureza e os ideais hippies. Há, ainda, inúmeros festivais Brasil afora, como o Festival Psicodália, realizado anualmente em Santa Catarina, que reúne mais de 5 mil pessoas por edição.

Desde o início o movimento hippie encontrou barreiras sociais segundo sua ideologia, mas e hoje? Quem são e como estão os hippies contemporâneos?

Neste capitulo da série Tribos Urbanas, a EntreVerbos conversou com o pessoal que se configura como um novo formato de hippie - ou maluco de estrada como eles preferem ser chamados.

Veja os outros capítulos da Série Tribos Urbanas:

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