O vôlei paranaense em destaque na Seleção Brasileira de Voleibol feminino
Roberta Ratzke com sua sobrinha Débora (Crédito: Janio Bernardino)
O jeito ainda é de menina, mas a responsabilidade de gente grande chegou muito cedo até as mãos desta curitibana de 1,85m. Aos 26 anos, Roberta Ratzke já é dona de um currículo almejado por muitos jovens que ainda estão começando no esporte. A levantadora do Rexona/Ades do Rio de Janeiro chega até a Seleção Brasileira de voleibol depois de muito empenho e dedicação pessoal.
Roberta iniciou sua carreira aos oito anos ainda quando a escolinha do Rexona estava instalada em Curitiba, onde foi escolhida graças à sua altura, que já chamava atenção. Em entrevista para a EntreVerbos, Roberta revela que a sua maior influência no voleibol foi a irmã mais velha Fernanda. Ela descreve a relação muito próxima que sempre teve com ela, responsável pelo ponta pé inicial para o ingresso como jogadora profissional. Ouça aqui.
Roberta tinha de oito para nove anos e Fernanda 12, quando passaram pela famosa peneira para a escolha das novas alunas do Rexona. Sua relação com o atual time começou desde o início de sua carreira. “O legal de fazer escolinha lá é ter contato com tudo de perto né, com o time adulto", conta. Ouça mais um trecho do relato.
A mãe da atleta, Ella Ratzke, fala sobre o pouco incentivo local, cenário este que se mantém até hoje e que motivou Roberta a buscar novos rumos fora da capital paranaense. Ella, formada em educação física, também foi técnica de voleibol em Curitiba e enfatiza a falta de apoio como sendo a principal dificuldade encontrada pelos atletas em início de carreia, fazendo com que muitos acabam desistam do esporte. Neste áudio é possível conferir mais sobre as dificuldades enfrentadas no começo da carreira de Roberta.
Roberta também relembra como foram às dificuldades que enfrentou no começo de tudo. Os desafios que enfrentou aos 16 anos, quando deixou Curitiba para ir jogar fora, podem ser conferidos aqui.
O percurso da jogadora no vôlei
Depois da escolinha, o primeiro clube da jogadora foi o Paraná Clube, onde, com o técnico Gerson Amorim, começou realmente a galgar uma carreira rumo ao topo do voleibol. Vestindo a camisa do Paraná Clube, Roberta consagra-se campeã na categoria mirim, infantil e infanto-juvenil. Nesta mesma época conquistou os títulos de melhor jogadora, como melhor atacante. Foi campeã na Copa Minas, onde obteve também premiação como melhor atleta, e recebeu a Taça Paraná. Acompanhe aqui a trajetória de Roberta.
Em 2006, foi campeã pelo Colégio Expoente dos Jogos Colegiais e foi campeã dos Jogos da Juventude deste mesmo ano, representando Curitiba, o que deu o passaporte para a convocação à sonhada Seleção Brasileira na categoria infanto-juvenil no Campeonato Sul-Americano no qual conquista da medalha de ouro.
De 2008 até 2010, Roberta jogou no Pinheiros em São Paulo. No final de 2010, foi contratada pelo Unilever/RJ, atualmente Rexona-Ades, para atuar na etapa 2010-2011. Obteve o ouro no Campeonato Carioca de 2010 e conquistou seu primeiro título na Superliga Brasileira de Vôlei Feminino.
Roberta está completando sua sétima temporada ao lado do técnico Bernardinho. Ela fala com muito carinho de sua relação com o técnico e a importância que as cobranças e os treinos tiveram para seu crescimento pessoal e como atleta. Ouça este trecho na íntegra.
O tempo presente
A convocação para a Seleção Brasileira de Vôlei vem em um momento muito especial para Roberta. O sonho de jogar em uma olimpíada aos poucos vai tomando forma. Roberta demonstra maturidade ao falar sobre a sua convocação e como tem sido a interação com as melhores jogadoras do Brasil e do mundo. Confira o áudio, gravado antes do início dos jogos olímpicos.
Sobre o atual cenário do voleibol curitibano e paranaense, Roberta sente-se triste com o baixo nível de interesse no esporte em que a cidade apresenta. O abandono por parte dos clubes desperdiça a estrutura que dispõe para formação de novos atletas. Roberta avalia esta situação.
Finalizamos a entrevista com uma pergunta chave para Roberta, ainda com um longo caminho a ser percorrido no voleibol brasileiro. Perguntamos qual seria a profissão que ela escolheria se não tivesse seguido a carreira nas quadras e se este ainda é o desejo depois que parar de jogar: ouça.