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Por Priscila Michele

Aumenta procura por educação de jovens e adultos com a crise econômica

Muitas pessoas que não concluíram o ensino regular estão voltando às salas de aula para entrar no mercado de trabalho.

Professora Angélica Bortolotto e os alunos do ensino fundamental da EJA (Crédito: Priscila Michele)

Com cerca de 140 mil estudantes na Educação de Jovens e Adultos (EJA) em Curitiba, essa modalidade teve um aumento muito grande nas escolas públicas. As pessoas que interromperam seus estudos no ensino regular estão voltando às salas de aulas na expectativa de conquistar uma vaga de emprego.

Esse aumento também é consequência da diminuição da taxa de não alfabetização na região, atualmente com 2,2% do total da população com 15 anos ou mais autodeclarantes analfabetos, de acordo com o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Brasil, são cerca de 10,92% do grupo de não alfabetizados, com uma população de 19.330.185.

A Secretaria de Estado da Educação informou que há 97 Centros Estaduais de Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebjas) somente em Curitiba, que atendem estudantes acima de 15 anos. Além disso, existem 245 escolas que ofertam a educação para jovens e adultos em diferentes regiões do Estado.

“A EJA representa um recomeço para aqueles estudantes que voltaram à sala de aula porque não tiveram acesso à escolarização ou interromperam os estudos por alguma razão”, esclarece a chefe do Departamento de Educação para Jovens e Adultos, da Secretaria de Estado da Educação, Márcia Dudeque.

As classes mais baixas predominam o perfil socioeconômico das pessoas que procuram a EJA. São pessoas marcadas pela vulnerabilidade social e outros fatores que afetam a possibilidade de estudarem, como relata a pedagoga Solange Nadalin, da escola APM Colégio Estadual Marechal Cândido Rondon, localizada no bairro Portão, em Curitiba.

Pedagoga da Educação de Jovens e Adultos, Solange Nadalin (Crédito: Priscila Michele)

A instituição está sempre aberta a matrículas para estas aulas, que acontecem no período noturno. A pedagoga ainda ressalta a importância da conclusão e da busca pela EJA por esses alunos e diz que seus professores os elogiam bastante. "Os professores começam a explicar de maneira acessível para lhes darem segurança, pois eles ficam muitos anos sem estudar e retornam inseguros. Assim, eles ficam bem entusiasmados para vir a aula”, afirma.

A instituição EJA Brasil declara que “a Educação de Jovens e Adultos é definida pelo artigo 37 da LDB (lei n. 9.394/96) como a modalidade de ensino que será destinada àqueles que não tiveram acesso ou à continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria". Segundo a lei, seu principal objetivo "é garantir o acesso e a permanência ao ensino fundamental a todos“.

Outras alternativas

Algo que vem concorrendo junto ao ensino da EJA presencial nas escolas públicas é a possibilidade de fazer o curso em Educação à Distância (EAD), oferecido por escolas particulares e que garante certificados de conclusão em poucos meses. A opção torna-se viável para muitos devido à flexibilidade e à economia gerada, pois é dispensável o deslocamento até a escola com gastos de passagem. “Devido aos dias de paralisações dos professores do ano passado (2015), o número de estudantes da EJA caiu cerca de 30%. Muitos migraram para as opções de EAD, da rede particular de ensino, pela facilidade que o ensino à distância oferece”, comenta Dudeque.

Outra opção para concluir os estudos do Ensino Fundamental e Ensino Médio é a prova online, que é oferecida anualmente pela Secretaria de Estado da Educação para os Exames Estaduais de Educação de Jovens e Adultos. Esse exame varia entre os estados e modalidades. Por fim, existe ainda a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), que oferece certificado de conclusão aos alunos da EJA.

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