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Por João Alcará

Planetários oferecem diversão e aprendizado

Espaços funcionam como elemento pedagógico e ensinam os visitantes sobre astronomia

Os planetários são ferramentas que auxiliam na divulgação da ciência. (Crédito: João Alcará)

Na região de Curitiba há três planetários que usam a tecnologia para ver o céu em vez das antigas lentes que dependiam do céu aberto: o Parque da Ciência, que fica no município de Pinhais, o planetário do Colégio Estadual do Paraná e o FTD Arena Digital, que fica no campus da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). Os planetários funcionam como espaços pedagógicos e ensinam os visitantes a ver os planetas de uma forma divertida.

Desde os tempos mais remotos, o homem observa o céu e seus componentes para tentar entender seu funcionamento. Primeiro os estudos buscavam descobrir os efeitos do planeta na vida das pessoas, através da astrologia, e depois também para navegação e usos em agricultura. Ptlomeu foi o primeiro a tentar desvendar o céu e criou a teoria de que a terra é o centro de tudo. Galileu se dedicou a esses estudos e descobriu que não era bem assim - o que só foi confirmado bem depois. quando Kepler desenvolveu as leis do movimento planetário para convencer a comunidade científica sobre a teoria heliocêntrica de Copérnico. Isaac Newton descobriu a lei de gravitação universal, que explica a mecânica dos movimentos dos corpos celestes.

Os planetários fazem uso da astronomia para divulgar a ciência. A astronomia engloba várias ciências, tornado-se a mais disciplinar de todos os ramos do conhecimento humano. Um planetário estuda o cosmo, que o é o universo em seu todo e, portanto, ajuda a compreender temas como Física, Matemática, Química e Biologia.

O Planetário do Colégio Estadual foi inaugurado em 1978 e tem capacidade máxima para 63 pessoas. Tem uma cúpula com diâmetro de 6 metros e lente Zeiss. Além de curso de astronomia para a comunidade, todo primeiro sábado de cada mês, o Observatório do Clube de Astronomia do Colégio Estadual (OCACEP) abre as portas para que todos possam conhecer o clube e a estrutura do Colégio Estadual do Paraná.

O Parque da Ciência oferece um espetáculo de simulação de céu através de software, incluindo o movimento do sol, da lua, das estrelas e todas as constelações. Apresenta também imagens das famosas nuvens coloridas que ocorrem simultaneamente nos polos Sul e Norte, com nome de aurora austral e boreal. Pode-se também selecionar um planeta e fazer uma aproximação a fim de conhecê-lo bem de perto, e também ver a terra a partir de outro planeta .

O espaço do observatório é pequeno, porém muito confortável e bem equipado. As visitas são totalmente gratuitas, bastando ligar para realizar agendamento em grupos ou de forma individual. Muitas escolas costumam visitar o local que, além do planetário, oferece outras aventuras pela ciência.

O astrônomo Anísio Lasievicz é um apaixonado pelo céu e gosta de mostrar as constelações com seus desenhos e nomes variados, geralmente relacionados a animais e divindades. Cada civilização deu um nome diferente às formações. "O interessante é ver que os povos antigos, mesmo sem se comunicar entre si, criaram nomes e desenhos muitos parecidos", comenta. O planetário está montando um acervo de constelações vistas pelos índios; em uma delas, forma-se o desenho de duas cobras, que fazem parte da lenda da formação das quedas das cataratas dos Iguaçu.

O planetário da FTD Digital Arena é uma parceria da Editora FTD e PUCPR, e oferece tecnologia 4D projetados em uma abóboda que pode também projetar filmes. O espaço permite uma experiência sensorial, interativa e inovadora, unindo conhecimento e diversão através de quatro projetores e sistema de som com caixas embaixo da cúpula, que estremecem quando o filme tem muita ação . O espaço também é alugado para eventos de lançamentos de produto, palestras, apresentação de conteúdos selecionado.

O astrônomo João Carlos Oliveira se sente orgulhoso em trabalhar no planetário: "Acho fantástico trabalhar em um lugar que oferece tantas possibilidades tecnológicas e não existe outro igual em toda América Latina". Pode-se projetar o céu em qualquer região, em qualquer tempo, passado ou futuro, e pode ser usado para outras atividades, como aulas com projetos adaptados em modelo 3D, com perguntas interativas que podem ser respondidas pelo teclado que fica na poltrona.

O FTD só abre para o público no primeiro sábado de cada mês, com uma aula de introdução à astronomia e apresentação do céu de Curitiba e fenômenos que estão acontecendo, como eclipse e super lua, que são fenômenos astrológicos e não astronômicos.

História dos Planetários


Os planetários são projetores de estrelas, que simulam o céu em tetos arredondados. O primeiro foi criado em 1923, na Alemanha, com 16 metros de diâmetro, após 10 anos de pesquisa. O interesse das pessoas foi tão grande que até o início da II Guerra Mundial já existiam 25 planetários no mundo. Hoje há cerca de 3.400, sendo o maior em Nagoya, no Japão. O Nagoya City Science Museum foi inaugurado em 1962, tem uma cúpula de 35 metros, capacidade para 350 pessoas e tem seis sessões de visitas por dia. Elas são divididas entre projeções para o público geral, famílias nos finais de semana e grupos escolares que estudam a lua e os planetas na escola.

O primeiro planetário moderno, simulando o movimento dos astros através de lâmpadas, surgiu em 1912, está localizado no Deustsche Museum, em Munique, e foi destruído na II Guerra Mundial. O segundo planetário moderno também foi criado na cidade de Jena, na Alemanha, em 1926, e já sofreu várias transformações, com cinco trocas de equipamento, e funciona atá hoje com tecnologia fulldome.

O primeiro Planetário do Brasil foi criado 1957 no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, e tem um domo de 20 metros, 300 lugares e 43 projetores. O planetário do Rio de Janeiro tem hoje 43 anos. Situado na Gávea é um dos poucos planetários do mundo com duas cúpulas.

O planetário de Nova York, ligado ao Museu de Historia Natural, é um dos mais modernos do mundo e possui cúpula de 26,5 de diâmetro e todos os planetários do mundo se baseiam em sua tecnologia.



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