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Por Liliane Jochelavicius

Pilates fortalece o corpo e melhora a qualidade de vida

Criado para manter a saúde de pessoas debilitadas, exercício ganha espaço no Brasil

Princípios do Pilates devem ser sempre seguidos. (Crédito: Liliane Jochelavicius)

Trabalhar o corpo como um todo, em busca do equilíbrio entre ele e a mente, são objetivos do Pilates, como explica a fisioterapeuta Emanuela Longo, que trabalha com o método desde 2012. O nome veio do sobrenome de seu criador, o alemão Joseph Pilates. Nascido em 1883, era uma criança doente que logo descobriu a importância da atividade física para fortalecer o corpo. Ele morava no Reino Unido, quando começou a Primeira Guerra Mundial e, por ser alemão, foi considerado inimigo da pátria e enviado a um campo de concentração.

Para manter o bem-estar físico e mental de seus companheiro de prisão, Joseph considerava imperativo que mantivessem uma rotina de exercícios criados por ele. Para aqueles que estavam muito doentes para sair da cama foram feitas adaptações: Joseph prendia as molas das camas na cabeceira e nos pés delas e usava as cadeira de rodas, como conta Emanuela.

Com o fim da Guerra, Joseph Pilates, que já havia sido boxeador anteriormente, voltou para a Alemanha e trabalhou com dança e exercícios físicos. Em 1926, durante sua mudança para os Estados Unidos, conheceu Clara, sua terceira esposa, e três anos depois os dois fundaram The Pilates Studio, em Nova York.

Emanuela explica que, nesta época, Joseph observava que o estilo de vida agitado e a era tecnológica eram responsáveis pelo desequilíbrio do corpo e da mente, que trariam consequências negativas a longo prazo. O fundador do pilates faleceu em 1967, aos 83 anos.

A educadora física Wania Carreira, especialista em Pilates, afirma que hoje existem diversas modalidades da atividade, mas os nomes são bem comerciais. A principal diferença é entre o Pilates tradicional (coluna retificada) e o contemporâneo (que trabalha com a curvatura natural). Alguns equipamentos que ainda usados foram criados por Joseph, como o Magic Circle (equipamento circular flexível). Por outro lado, a bola foi incorporada no Pilates contemporâneo.

Pilates contemporâneo trabalha com a curvatura natural da coluna. (Crédito: Liliane Jochelavicius)

O método no Brasil

A educadora física, Wania Carreira, diz que o método chegou em 1991 no país, com Alice Becker, na cidade de Salvador. Entretanto, sua popularização se deu com mais ênfase nos últimos anos. A especialista ressalta que isso se deve, em parte, por ser uma atividade cara e específica, pois o instrutor precisa ter graduação em Fisioterapia, Educação física ou Dança e especialização em Pilates.

A profissional trabalha com o método há nove anos e diz que, em geral, é uma atividade escolhida por pessoas que não gostam do "agito das academias". Ela destaca que a prática deve seguir os princípios do Pilates, que são respiração, centro, concentração, controle, precisão e fluidez, para que os exercícios sejam realizados com suavidade, harmonia e de forma correta.

A respiração ajuda a liberar a musculatura, que não deve estar tensa ou enrijecida durante o exercício, explica Wania. Ela ressalta que o instrutor nunca pode parar de estudar e se atualizar, ao mesmo tempo em que não abandona os princípios do método, que devem ser seguidos, independente de outras mudanças na técnica.

A instrutora explica que o Pilates vai fortalecer os músculos intrínsecos, mais próximos aos ossos, ao contrário da musculação que trabalha os mais globais, os maiores grupos musculares externos, que vão dar volume muscular. O método deixa o corpo forte e resistente com um trabalho que é feito de dentro para fora. Por isso, o instrutor deve ser bem preparado, para não causar lesões, pontua Wania.

Benefícios e contraindicações

Emanuela Longo explica que a prática do Pilates melhora a flexibilidade, a coordenação e o equilíbrio, tonifica, define e fortalece os músculos e melhora a postura, a mobilidade e a agilidade. Além disso, estimula a consciência corporal global, alivia as dores musculares, previne e recupera lesões, melhora a respiração e alivia o estresse. A técnica ainda tem potencial de aumentar a concentração, melhorar a autoestima e a qualidade de vida.

Rosane Di Giorgio, 69 anos, é professora aposentada e pratica Pilates há dois. Ela começou a fazer aulas por ter dores na coluna. Antes, Rosane já havia feito natação, hidroginástica, Yoga e RPG, mas foi com o Pilates que percebeu o melhor resultado. A aposentada contou que, com a prática do exercício, melhorou a flexibilidade da coluna, a consciência corporal e a respiração.

Para Rosane, os exercícios são fortes, porém, ao final de cada aula, ela se percebe mais relaxada do que quandon chegou. A aposentada conta que já fez Pilates em grupo e em aulas individuais. Na segunda opção há um direcionamento maior para as necessidades específicas do praticante. Wania Carreira diz que procura sempre dividir as turmas por níveis e perfis aproximados, mas isso sempre vai depender da disponibilidade de horário das pessoas.

As contraindicações para a prática do exercício vão ser médicas, explica Wania. Mesmo pessoas com hérnia de disco, por exemplo, podem praticar o exercício se forem liberados pelo médico, pois, como a técnica foi criada pensando em pessoas debilitadas, há sempre uma possibilidade de trabalhar outras partes do corpo.

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