Adaptar-se a qualquer adversário é o objetivo da modalidade
Exercícios de respiração iniciam a aula de Hapkido. (Crédito: Icaro Couto)
Socos, chutes, rolamentos, escapes, esquivas, torções, alongamentos e técnicas de respiração fazem parte dos exercícios do Hapkido, arte marcial coreana. São mais de dez mil golpes, de acordo com a Confederação Brasileira de Hapkido (CBHKD). O uso de diversos tipos de armas também é comum na modalidade, especializada na defesa pessoal.
Segundo a CBHKD, o Grão Mestre Young Sool Choi e o Grão Mestre Ji Han Jae são os fundadores do Hapkido. Com a filosofia de ‘lutar por seus objetivos’, a arte marcial se espalhou e, com o passar do tempo, recebeu influência dos países vizinhos, como a China e o Japão. Ainda de acordo com a confederação, a modalidade chegou no Brasil em 1977, com o discípulo direto dos fundadores, o Grão Mestre Yun Sik Kim.
Em 2006, já faixa preta em Taekwondo, Felippo Volpe começou a fazer aulas de Hapkido. Com experiência em artes marciais, Volpe não demorou muito para se tornar faixa preta na modalidade em 2008, mesmo ano em que conquistou o primeiro título mundial no esporte. Hoje ele é professor da modalidade.
A preparação física é uma das vantagens proporcionadas pela modalidade. Volpe comenta que a arte marcial trabalha a autoestima, autocontrole e autoconfiança. “O desenvolvimento de diversos valores, como respeito, cortesia, lealdade, solidariedade, entre outros, também fazem parte dos benefícios do Hapkido”, destaca.
O professor lembra que cada aula é diferente, mas, em geral, há exercícios físicos para aquecimento, alongamento e treinamento técnico. Sobre as dificuldades, ele comenta que varia de aluno para aluno, mas destaca a inclusão em suas aulas. “O Hapkido é para todos, sem distinção de idade, gênero ou condições físicas”, ressalta.
Paula Schoen, por meio de indicação de um amigo, iniciou as aulas de Hapkido há um ano com o professor Felippo Volpe. Ela conta que a atividade traz uma melhora na percepção do dia a dia e reações rápidas, tanto físicas quanto mentais. “É uma boa forma de descarregar energia e praticar um esporte e manter a saúde física e mental”, comenta.
Paula é uma das duas mulheres na sua turma de Hapkido. De início, o fato de ter mais homens que mulheres foi desafiador, mas, como respeito mútuo e o incentivo dos colegas, a interação não se tornou um problema. Ela diz que, ambos, homens e mulheres, aprenderam a se comportar um com o outro na hora de ensinar e aprender.
De aluno a professor
Leonardo Hasse já fez capoeira, muay thai e jiu jitsu, mas foi o Hapkido que o fascinou. Conheceu a modalidade pesquisando na internet e já treina há seis anos.
Sua paixão pelo Hapkido não ficou somente nas aulas, foi além. Hoje, a modalidade já é parte da vida de Hasse. Foi assim que o aluno virou professor. Ensinando em sua própria casa, ele tenta em suas aulas diminuir a dificuldade inicial da arte marcial, desenvolvendo as técnicas. “Tento aprimorar individualmente cada aluno, de acordo com suas necessidades”, explica.
As aulas de Hasse começam com um aquecimento, mas é no final de cada combate que a saúde, o respeito e a seriedade também são exercitadas. Para ele, o Hapkido é uma modalidade completa, pois oferece luta em pé, no chão e imobilizações de defesa no geral. “O Hapkido faz parte da minha vida. Eu não consigo ficar sem treinar”.