Sustentabilidade em construções civis é investimento do Brasil nos últimos anos
Edifício construído com materiais reciclados e naturais. (Crédito: Escritório Verde)
Em 2016, o Brasil teve mais de sete milhões de metros quadrados de construções sustentáveis certificados pelo LEED (Leadership in Energy ande Environmental Desing), criada pela ONG Green Building Council. O país está em quarto lugar, na frente de potências mundiais, como a Alemanha, por exemplo, que está em sétimo.
Produzir casas e edifícios sustentáveis é uma forma de harmonização com o meio ambiente. A proposta procura reduzir os impactos da produção e pós-construção na natureza, utilizando materiais recicláveis e de menor grau de colisão com o meio ambiente.
Segundo a eCycle, o conceito de sustentabilidade nas construções civis foi aplicada após a Crise do Petróleo, na década de 1970, visando a amenização do uso de energia ou novas formas de utilizá-la. O conceito permaneceu e a prova disso é o Brasil que, em 2017, já apresentou 393 edificações sustentáveis registradas no LEED.
A arquiteta Maria Luiza Daniel Bonett diz que os principais materiais utilizados em construções sustentáveis são telhados verdes, placas de aquecimento solar, mantas de isolamento ecológico, coletores de água da chuva, materiais biodegradáveis e o concreto aditivado de materiais provenientes de demolição. O tijolo de adobe é um dos materiais mais antigos usados em construções na história. Ele é feito de terra crua, água, palha e fibras naturais que são moldadas artesanalmente e cozidas ao sol. Bonett destaca o benefício desse material para manter a sustentabilidade nas construções. “É vantajoso, pois é um material ecológico. O barro é um elemento reutilizável e, quando não cozido, pode ser triturado e umedecido para voltar ao estado original”, diz a arquiteta.
Sustentabilidade em Curitiba
Pioneiro em construção sustentável, o Escritório Verde foi desenvolvido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR). O prédio tem 150 metros quadrados e foi construindo com materiais que tivessem impacto mínimo no meio ambiente. O projeto foi coordenado pelo professor da instituição Eloy Casagrande Jr.
De acordo com a UTFPR, o edifício conta com piso elevado de plástico reciclado, com acabamento de carpete de fibras também reciclado, deque externo de madeira plástica, painel com lã de garrafa pet reciclada para isolamento térmico e manta de pneu reciclado para isolamento térmico. O projeto também tem lâmpadas de led, tubos de madeira de reflorestamento, paisagismo com plantas nativas e áreas de drenagem, além de telhado verde, painéis solares e uma mini turbina eólica.
Referência de sustentabilidade em construção civil, o Escritório Verde já ganhou o Prêmio Santander Universidade na categoria de sustentabilidade em 2012. No mesmo ano, o projeto recebeu o Prêmio ONU na “Sétima Conferência dos Centros de Expertise em Educação para Desenvolvimento Sustentável da ONU”. O prêmio veio pelo reconhecimento na contribuição e participação comunitária em práticas para a sustentabilidade.