Programa Olho d’ Água busca unir instituições para preservação do Rio Barigüi
O programa ambiental Olho d’ Água promove ações em escolas localizadas a 500 metros do rio Barigui e já atinge 32 escolas participantes, com alunos do 5° ano, entre instituições particulares e públicas. A coordenadora do programa, Marinê Corasolla, afirma que “o programa foi desenvolvido para o âmbito educacional, a fim de inserir uma disciplina ambiental na grade escolar e levar as crianças a colocar em prática exercícios de campo". Para ela, é importante ensinar os pequenos para que eles possam incorporar os cuidados e repassar essas informações ambientais aos seus pais.
Uma das atividades do programa consiste em analisar a qualidade das águas do rio. Todo processo de ir a campo no rio, realizar a coleta da água e utilizar os agentes químicos para análise de sua cor foi orientado por um professor das escolas parceiras, capacitado pelo programa para direcionar os alunos. Cada escola trabalha com um rio ou córrego próximo à escola para realização do monitoramento e das atividades práticas. "Os professores trabalharam conteúdos sobre a qualidade da água, a importância da mata ciliar, o descarte correto do lixo e os problemas atrelados à impermeabilizações e às enchentes nas cidades ”, explica a diretora do Departamento de Educação para a Sustentabilidade da Secretária Municipal do Meio Ambiente (SMMA), Leila Maria Zen.
Criado em 1994, o Programa Olho d’ Água teve uma nova etapa iniciada em 2015. A ação faz parte das atuividades de educação ambiental da SMMA, em Curitiba, com parceria da Secretaria Municipal de Educação (SME) e da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD).
O programa já está com previsão de conclusão para outubro deste ano. Seu objetivo é promover uma sensibilização e a participação da comunidade escolar na melhoria da qualidade da Bacia do Rio Barigui. O programa visa à educação das crianças sobre a questão ambiental, como disciplina de conhecimento, trabalhando com diversos fatores: o rio, a mata ciliar, os animais da região, etc.
O Olho d’ Água, além de ser um programa educacional, é uma campanha criada para a preservação das bacias hidrográficas. A campanha ocorre por meio de manuais e guias sobre a conscientização da não poluição. A proposta busca incentivar grupos ou mutirões de limpeza e promover práticas científicas através da análise de parâmetros da qualidade da água. A coordenadora Marinê Corasolla nos conta aqui sobre as previsões para o programa e os resultados previstos para 2017.
Ao longo do desenvolvimento do projeto foram realizadas 12 coletas de cada escola em pontos do Rio Barigüi. As coletas foram realizadas em vários períodos, sendo oito mensais e quatro sazonais – seguindo as quatro estações do ano. Os resultados serão usados para pensar medidas de fiscalização em cada ponto do rio, de modo a criar ações nessas regiões, contando com a participação da população na limpeza da área.
As atividades têm a participação dos alunos no reconhecimento da cor da água, com a utilização dos reagentes e a observação das cores rosa, azul e preto (que identificam os coliformes fecais). O programa oferece oficinas aos professores e kits de análises.
Para a professora de Ciências Cynthia Benner, da Escola Municipal Álvaro Borges, localizada no conjunto residencial Vitória Régia, na Cidade Industrial de Curitiba, o projeto é muito interessante e importante para o resgate histórico social dos rios e córregos. ”A vivência prática será um grande incentivo à proteção do meio ambiente”, disse. A diretora da Escola Municipal Walter Hoerner, Cíntia Coraiola, acredita que o programa deixou as aulas mais atraentes: “o programa Olho D’Água aproximou o conteúdo apresentado na sala de aula a realidade dos alunos”.
Conhecendo o rio que nos cerca
O Rio Barigüi em tupi-guarani significa pequeno mosquito ou rio do fruto espinhoso, cujo nome faz menção ao símbolo do Paraná, a pinha. O rio tem aproximadamente 67 km de extensão e área de drenagem em 279 km², e possui diferentes características geológicas em todo seu leito, abrangendo um embasamento cristalino, formado de rochas metamórficas – resultado de uma combinação de fatores como a pressão e a temperatura. Apresenta ainda uma região formada por sedimentos de várzeas de inundação, constituídos por argilas, areias de aluviões e argilas turfosas.
Na bacia do Rio Barigüi, as áreas verdes somam um total de 27.987.024,16 m² - o que representa um índice de 53,90m² de área verde por habitante. As principais unidades de conservação e lazer nesta bacia são os Parques Tanguá, Tingüi, Barigüi, Mané Garrincha, Cambuí e Guairacá, além do Bosque Fazendinha e da Reserva do Bugio. Por se tratar de uma bacia hidrográfica presente em área urbana, a Bacia do Rio Barigüi sofre constantes desequilíbrio ambientais, seja pela presença de resíduos sólidos ao longo do seu trecho, seja por desmatamento.