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Larissa de Oliveira

Dicas de segurança ajudam passageiros em viagens

Aplicativos deixam à disposição diversas opções de transporte alternativo

Algumas mulheres ainda têm receio de viajar sozinhas. Um dos principais motivos é a sensação de insegurança. (Crédito: Pixabay)

Atualmente, os smartphones são indispensáveis para quem busca estar bem informado e conectado. São diversos os aplicativos que auxiliam no dia a dia e nos momentos de lazer. De forma geral, a criatividade, conciliada com a tecnologia, pode trazer benefícios não apenas para o entretenimento e organização, mas, também, para a prestação de algum tipo de serviço específico.

Nesse sentido, quem gosta de viajar sem gastar muito, tem diversas opções à disposição. Um bom exemplo de custo acessível é a companhia BlaBlaCar. Com mais de 50 milhões de usuários pelo mundo, o aplicativo disponível em versão mobile e navegador, oferece caronas e tem ganhado a confiança dos brasileiros.

Para utilizar o aplicativo, basta se cadastrar como motorista ou passageiro, e preencher informações como nome completo, idade, cidade, número de telefone, documentos (Carteira de identidade e CPF) e foto. Após o cadastro, o motorista pode oferecer a carona, indicando trecho, horário e locais de saída. O valor aproximado é calculado pelo próprio aplicativo. Ambas as categorias estão sujeitas à avaliação na BlaBlaCar, e pequenos relatos, sobre como foi a viagem, podem ser publicados.

Marcio Portifirio de Souza, gerente comercial, cadastrou-se como motorista do BlaBlaCar em novembro de 2017, e conta que conheceu o aplicativo através de um amigo. Souza acredita que o preço baixo é um dos diferenciais desse serviço. "O preço é o principal motivo para as pessoas viajarem de BlaBlaCar, mas também tem a disponibilidade de horários e a rapidez na viagem.", diz o condutor.

Em relação a segurança ele conta que toma "alguns cuidados, como por exemplo não deixar que o passageiro faça a reserva sem que eu autorize". Souza relata que o perfil dos passageiros são homens e mulheres de diversas idades, viajando a passeio ou a trabalho, mas ele complementa dizendo que "na verdade eu vejo que os homens se sentem mais seguros e a vontade do que as mulheres".

Há mulheres que vencem o receio e buscam saber e experimentar como estes serviços funcionam. Natália Vieira Marques utilizou o BlaBlaCar em uma de suas viagens, como passageira, e garantiu que usaria novamente. “No início tive um pouco de medo, mas como encontrei um motorista que já tinha experiência no aplicativo e várias avaliações ótimas, fiquei mais tranquila”, afirmou Marques.

A EntreVerbos apurou dados e dicas de segurança e montou este infográfico com cuidados gerais que devemos ter ao nos locomovermos pela cidade por meio de aplicativos.

Algumas dicas simples podem ajudar manter o passageiro seguro (Crédito: Larissa Oliveira)

Mulher no volante, segurança constante

A Uber é uma companhia global de transporte, que começou como UberCab, no ano de 2009. O serviço conectava o passageiro a um motorista de carros de luxo. A novidade (na época) era que o pagamento poderia ser realizado via cartão de crédito. O aplicativo foi se destacando, e, em 2012, a empresa permitiu que qualquer pessoa pudesse dirigir pela Uber usando o próprio automóvel - mas antes de iniciar o trabalho deveria passar pela verificação de antecedentes. A mudança na forma de habilitação como motorista revolucionou a forma de se locomover pelas metrópoles.

Tânia Salazar trabalhou pela Uber por dois anos. Ela viu no aplicativo uma maneira de estar novamente no mercado de trabalho, fazendo dele sua fonte de renda principal. Salazar conta que não se sentia insegura, pois adotou algumas táticas para escapar de situações que considerava perigosas. "Quando eu suspeitava de algo, passava reto. Deixei de atender alguns passageiros por isso. Também evitava passar por ruas escuras, estreitas e sem saída.", afirma ela.

O horário em que os motoristas trabalham também é um diferencial na questão de segurança. "Eu nunca trabalhei até muito tarde, no máximo até às 22h. Foram raras as vezes que trabalhei até a meia noite.", disse Salazar. A motorista deu algumas dicas de como condutores e passageiros podem se manter seguros tanto antes como depois da viagem. Ouça aqui algumas dessas orientações.

Assédio e preconceito

Apesar de todos termos o direito de ir e vir, por onde quisermos e de maneira segura, em alguns momentos, esse direito é desrespeitado. Em 2017, diversos relatos de passageiras tomaram as redes sociais, com depoimentos sobre casos de assédio, agressões e preconceito nos transportes alternativos. Este movimento não ficou apenas no ano passado. As situações continuam sendo relatadas por diversos passageiros, mesmo que as empresas tentem conscientizar os motoristas.

Gabriele Caviquioli, advogada, relata que, no final do ano passado, ao sair de um compromisso precisou utilizar o aplicativo da Uber para ir até a casa de uma amiga. Logo no início da corrida, ela percebeu o comportamento estranho do condutor. "Ele se mostrou muito interessado em minha vida pessoal, começou perguntar para onde eu estava indo, se eu tinha namorado. E ao dizer isso ele me olhava com um olhar predatório", diz a jovem.

A situação começou a incomodar a advogada. "Até tentei disfarçar dizendo que eu era lésbica, mas isso pareceu um convite para ele. Então ele perguntou se eu fui decepcionada por algum homem. Fiquei muito irritada, pois não devo satisfação da minha vida e nem da minha orientação sexual para ninguém", afirma Caviquioli. Após o ocorrido ela avaliou o motorista mal, mas não seguiu com a denúncia.

Dantas decidiu usar as redes sociais para contar a maneira como foi tratado pelos motoristas (Crédito: Reprodução do Twitter)

Orlando Dantas decidiu contar sobre suas experiências negativas com a Uber, pelo Twitter, o que gerou uma grande repercussão na rede social. O jovem relata que, diversas vezes, após uma viagem normal, percebeu que os motoristas o avaliavam mal, dando apenas uma estrela, e ele ficava sem entender o motivo. Depois das avaliações ruins, Dantas teve a conta no aplicativo cancelada, sendo obrigado a procurar outros meios de transporte. O post do rapaz viralizou na rede, além das curtidas o tuíte gerou comoção, pois Dantas recebeu muitas mensagens de apoio.

O rapaz, que é homossexual, acreditou que a empresa havia cancelado sua conta por causa das más avaliações, decorrentes do preconceito dos motoristas. A Uber entrou em contato com Dantas e esclareceu que o real motivo era um problema com o banco responsável pelo cartão de crédito. É válido ressaltar que apesar do motivo ser o cartão, a atitude descriminatória de alguns motoristas levaram Dantas a acreditar que a razão de ter a conta cancelada era o preconceito. Dantas esclareceu a situação, mas disse que continua a luta contra a homofobia.

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