São Paulo lidera o ranking com o maior número de óbitos infantis, totalizando 1,6 mil registros anual
Autora: Danieli Calssi
No Brasil, foram registrados 7.927 falecimentos de crianças de 0 a 5 anos em 2021, de acordo com o Data SUS. As principais causas foram a falta de acompanhamento das mães na gestação, a atenção inadequada à mulher no parto e a falta de cuidados com o recém-nascido. Entre todas as capitais do Brasil, São Paulo lidera o ranking com o maior número de óbitos infantis, totalizando 1,6 mil registros, o que equivale a quatro mortes infantis por dia. No estado, a maioria das crianças falecidas eram do sexo masculino (55%), brancas (51%) e 87% tinham menos de um ano.
De acordo com o Ministério da Saúde, as Unidades Básicas de Saúde (UBS) atendem gestantes e crianças desde o nascimento, com 460 unidades espalhadas pelo estado. É fundamental que, ao perceber os primeiros sintomas, a família procure a UBS mais próxima para iniciar o acompanhamento e identificar se a gestação é de risco habitual ou alto risco. O Ministério da Saúde enfatiza a importância do pré-natal desde o início para diagnosticar complicações. Nos casos de alto risco, a gestante será encaminhada para atenção especializada e monitorada com maior frequência, favorecendo o controle de intercorrências e a prevenção de complicações.
De acordo com a ginecologista e obstetra, Maria Aparecida Vancini, o acompanhamento médico e a realização de exames durante a gestação é uma das principais formas de prevenção às mortes evitáveis na infância. "Através dos exames, conseguimos identificar possíveis doenças como anemia, diabetes, hipertensão, envelhecimento precoce da placenta ou redução de líquido amniótico. Esses casos podem levar a má formação genética, parto prematuro, hipóxia ou anóxia, resultando em óbito intrauterino ou alterações físicas e cerebrais no pós-parto, que também podem levar ao óbito", afirma. A obstetra ressalta que a comunicação entre paciente e médico é essencial para um bom acompanhamento, seja pelo SUS ou atendimento particular.
Francini Presença acompanhou sua terceira gestação pela UBS Vila Sônia em São Paulo, onde seu bebê foi diagnosticado com má-formação pulmonar tipo III. A UBS indicou o Hospital Universitário da USP para o nascimento do bebê, mas Francini decidiu visitar o hospital para avaliar as condições de atendimento e foi informada de que não havia infraestrutura adequada para atender seu recém-nascido.
Diante dessa negativa, a UBS começou a buscar um hospital que pudesse atender o bebê. "Com a morosidade da UBS, perdemos o prazo exigido pelo portal CROSS do SUS para conseguir atendimento em um hospital especializado. Então, entrei em contato com a ouvidoria, que passou a acompanhar meu caso. Conseguimos uma vaga no Hospital Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, que nos atendeu com uma equipe multidisciplinar", relata Francini.
A Ouvidoria Geral do SUS é um direito do cidadão e uma ferramenta de suporte para gestantes. O teleatendimento está disponível pelo número 136, de segunda a sexta, das 8h às 20h, e aos sábados, das 8h às 18h (horário de Brasília).
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