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Eduarda Zeglin

Como a arte resistiu ao isolamento social

Mesmo com as dificuldades decorrentes da pandemia, as atividades culturais sobreviveram ao distanciamento social

Apresentação de Teatro no Barracão Encena (Foto: Arquivo pessoal / Kauanny Buccini)


Diante do cenário da Covid-19, as manifestações artísticas e culturais contribuíram com a arte como forma de enfrentar os desafios do isolamento social. Mas para quem trabalha no setor a realidade foi desafiadora.


Com o sistema de aulas remotas os alunos de teatro conseguiram se adaptar, desenvolvendo e experienciando outras atividades, mas com algumas dificuldades, como conta a professora Adriana Morgado do teatro Barracão Encena. “Estudamos, bolamos, replanejamos todo o nosso cronograma, nós repensamos para deixar o curso ainda com qualidade, mas os alunos que começaram no presencial e vieram para o virtual sentiram uma perda grande, mas os que começaram no virtual seguiram”.


Apesar das limitações, os alunos conseguiram apresentar as peças presencialmente, tomando todos os cuidados e mantendo as medidas de restrição, com a redução no número de convidados na plateia. As peças eram montadas com cenas separadas comportando no máximo três atores em cena, aqueles que optaram pelos ensaios remotos gravavam em suas próprias casas. Além das apresentações ao vivo, o teatro não deixou de disponibilizar as atrações na plataforma Doity, para que o público também pudesse acompanhar.


“O teatro perde muito, teatro é aglomeração, é contato, é abraço, é estar junto. Eu tive que ficar o tempo todo falando para os alunos: afasta, distanciamento, não encosta”, relata Morgado sobre como foram as aulas no período pandêmico.


A falta de contato entre os alunos certamente foi um dos pontos mais desafiadores, já que o teatro necessita dessa interação, como conta Kauanny Buccini, aluna do Barracão Encena. “Durante a pandemia, a minha turma teve aula apenas até julho de 2020 e as aulas online não estavam sendo suficientes. Em alguns momentos tive vontade de desistir, porque estava muito exaustivo e eu não sentia rendimento algum. Pareciam mais encontros virtuais do que aulas”, declara.

Kauanny nos bastidores dos ensaios no Teatro Barracão Encena

(Foto: Arquivo pessoal/Kauanny Buccini)


Kauanny se adaptou às aulas de interpretação, mas suas atividades relacionadas ao canto tiveram que ser interrompidas. Mesmo se tornando cansativo prosseguir com o curso, a aluna considera que foi um ato de resistência para o teatro, com novas descobertas e novos caminhos para o aprendizado.


Além do teatro


Em meio ao isolamento social foi difícil manter o ritmo das aulas à distância, mas a internet colaborou para as pessoas ficarem mais próximas. Bruno Picoli, 29 anos, é professor de bateria na Primeira Igreja Batista de Curitiba, no Espaço Vida e Banda desde 2017. Ele conta que no começo de 2020 foi preciso se adaptar, possibilitando aos alunos a realização de suas atividades tanto em casa quanto no presencial. A flexibilização fez com que eles tivessem uma produtividade maior.



Nesse processo, o músico notou que embora tenha havido uma queda na participação dos alunos e que os estudantes muito novos enfrentaram dificuldades de concentração, muitos deles conseguiram ver o lado positivo apesar das dificuldades. “De certa forma as aulas ajudaram sendo uma válvula de escape”, diz o professor.















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