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Revista EntreVerbos

NÃO É BRINCADEIRA: jovens estão entre as principais vítimas de bullying

As escolas são os principais espaços em que ocorre a agressão

Por Kawanne Dayara


Principais vítimas do bullyng são jovens em ambiente escolar


Conforme o Serviço de Pesquisa e Instituto de Pesquisa Data Senado, cerca de 6,7 milhões de estudantes no Brasil sofreram violência na escola, o que representa 11% dos quase 60 milhões de alunos matriculados. O bullying pode ser descrito como um comportamento agressivo, de natureza intencional, que ocorre repetidamente entre pares, durante um prolongado período de tempo, e é caracterizado por um desequilíbrio de poder entre as pessoas envolvidas.


Um comportamento caracterizado por atos de violência física ou psicológica, repetitivos e intencionais, sem motivação evidente. Essas ações são praticadas por um indivíduo ou grupo contra uma, ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-las ou agredi-las. O resultado é a causação de dor e angústia à vítima. Este comportamento é prejudicial e deve ser combatido através de medidas educativas e preventivas, visando a promoção de um ambiente saudável e respeitoso em todos os contextos sociais.


Adolescente de 15 anos, prefere se identificar como "bestburn" relata como foi sua experiência no ambiente escolar em trecho de entrevista. “Enfrentei desafios significativos durante minha jornada escolar, enfrentando situações de bullying e discriminação. Minha experiência foi marcada por momentos em que me sentia sozinho e desamparado, buscando refúgio nos banheiros da escola para lidar com a dor emocional. Fui alvo de comentários e atitudes preconceituosas relacionadas ao meu peso, aparência física, condição financeira e crenças religiosas, o que impactou significativamente minha autoestima e bem-estar. Além disso, percebia uma diferenciação no tratamento por parte dos professores, que pareciam priorizar alunos com melhores condições financeiras. Isso me deixava desanimado, pois acredito que a educação deve ser um espaço de igualdade e oportunidades para todos. Estava na escola com o objetivo de aprender e me desenvolver academicamente, não para competir em termos financeiros. É fundamental que as instituições de ensino promovam um ambiente acolhedor e inclusivo, onde todos os alunos se sintam respeitados e apoiados em seu processo de aprendizagem. Minha experiência pessoal reforça a importância de combater atitudes de discriminação e desigualdade, construindo uma comunidade escolar mais justa e empática”


Para a analista do legislativo, Isabela Lima Campos, o bullying não deve ser encarado como uma brincadeira. "É um ato de intimidação e um tipo de violência, destacando que há diferença entre a percepção de violência e a vivência da violência, apontando que as pessoas muitas vezes não entendem  o bullying como ato de crueldade”. O bullying não se limita apenas aos atos de violência na escola, mas também se estende à violência doméstica, cujas consequências são graves e deixam marcas na vida de uma pessoa. É crucial que a sociedade como um todo se una para combater esse problema, oferecendo apoio às vítimas e promovendo a conscientização sobre os impactos negativos da violência doméstica, além de fornecer orientações sobre como buscar ajuda junto aos órgãos públicos responsáveis para uma melhor compreensão da situação.


A Pesquisa Nacional de Saúde das Escolas (PeNSE) é um levantamento estatístico realizado em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e com o apoio do Ministério da Educação (MEC). Em 2019, os dados coletados mostraram que 21,0% dos alunos de 13 a 17 anos relataram ter sofrido diferentes tipos de agressão por parte de pais, mães ou responsáveis, incluindo agressão física, psicológica, sexual, patrimonial, moral e taxonômica. Além disso, 10,6% dos alunos afirmaram ter se envolvido em brigas, discussões ou lutas físicas. Esses números são preocupantes e destacam a importância de abordar questões relacionadas à violência e ao conflito nas escolas.


A comunicação entre a escola e a família é fundamental para o sucesso acadêmico dos alunos. A participação ativa das famílias na educação é crucial, pois permite que também aprendam e se desenvolvam juntamente com os estudantes. É importante ressaltar que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) reconhece a existência de três tipos de família: a natural, a extensa e a substituta.


De acordo com o Art.25 da lei n.o8.069 de 13 de julho de 1990, a família natural é definida como a comunidade composta pelos pais ou qualquer um deles e seus descendentes. Além disso, uma família grande ou ampliada inclui parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e se afeta. É importante ressaltar que as crianças e adolescentes podem ser criados e educados tanto com sua família natural quanto em uma família substituta, desde que haja uma boa convivência.


O conceito e a divisão estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são fundamentais para entender o ambiente familiar interno da criança e como seu comportamento pode ser afetado,  de acordo com o tipo de família ao seu redor e o tipo de educação recebida. Compreender isso é essencial, juntamente com a família, na identificação de problemas comportamentais e psicológicos.


A falta de atenção, assistência social e segurança nacional tem impactos significativos na sociedade, especialmente para os servidores públicos da área da segurança e seus dependentes. O desgaste emocional e a exaustão resultantes dessas condições levam e causam transtornos sociais que afetam a todos. É crucial que haja um investimento em medidas que visem a proteção e o suporte emocional desses profissionais, a fim de garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.


Segundo a delegada-chefe do Grupo Auxiliar de Recursos Humanos (GARH), Daniele Oliveira Serighelli, é fundamental buscar o cuidado da saúde mental. “É crucial investir no bem-estar e na qualidade de vida dos servidores da Polícia Civil do Estado do Paraná, pois isso tende a refletir positivamente na melhoria dos serviços prestados. Ao priorizar o cuidado com os profissionais, é possível garantir um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo”, destaca.


Daniela ressalta que o serviço está disponível também aos dependentes dos policiais civis. “É comum que os policiais tenham dificuldade em reconhecer a necessidade de ajuda, devido à natureza desafiadora e estressante de seu trabalho. No entanto, é importante que eles saibam que existe um programa destinado a promover um novo olhar de cuidado para com o servidor, oferecendo suporte e assistência em momentos difíceis. A conscientização sobre a importância do bem-estar emocional e mental dos policiais é essencial para garantir que eles recebam a ajuda necessária quando precisarem”.


Para a delegada Daniele Oliveira Serighelli, o serviço surge em um momento necessário na vida do policial civil, destacando que: “O serviço oferece, principalmente neste momento, um suporte maior na instituição para enfrentar as dúvidas e dificuldade que a nova realidade nos impôs”, “Além disso, sempre foi desejo da Polícia Civil do Estado do Paraná estar mais próxima de cada servidor, possibilitando melhores condições de trabalho e melhor qualidade de vida”. Para tanto, é fundamental ressaltar que a valorização da vida é uma preocupação de todos e uma responsabilidade compartilhada por toda a sociedade e pelo Estado.


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